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terça-feira, janeiro 17, 2012

Crise dos países ricos derruba ajuda aos pobres

Do Uol - Josias de Souza

image O humanismo está sumindo dos quintais dos países “desenvolvidos”. Pior: somem também os quintais. Logo, logo só haverá a solidão da autopreservação.

A crise financeira faz minguar o fluxo da verba humanitária internacional. Entre 2002 e 2008, o socorro médico internacional cresceu, em media, 13% ao ano. Desde 2009, cresce menos de 4%.

No ano passado, atingiu US$ 27,7 bilhões. A ajuda dos EUA na área da saúde foi tonificada em 1,6% –US$ 7,6 bilhões em 2011. Na década anterior, o valor crescia uma media de 18% ao ano.

Encalacrada, a Espanha podou suas doações internacionais em 19% no ano passado. A saúde, pingou escassos US$ 246 milhões. Na Holanda, o corte foi de 15%. Contribuiu com US$ 211 milhões.

A lamina dos ex-ricos começa a ceifar vidas. Na República Democrática do Congo, informa a entidade Médicos Sem Fronteiras, o combate à Aids vive um estágio crítico.

Algo como 28 mil portadores de HIV deveriam começar o tratamento até 2014. A falta de ajuda pode condená-los à própria falta de sorte. Falta dinheiro para a compra de remédios.

Ouça-se Thierry Dethier, analista de HIV da organização: “Por causa da falta de medicamentos, as pessoas não estão fazendo testes. Por isso, pessoas com aids estão morrendo”.

O Fundo Global de Combate à Aids, Tuberculose e Malária comprometera-se a gastar US$ 22 bilhões desde 2002 na luta contra as três doenças. Entre os males infecciosos, são os que mais matam.

Pois bem, Mercê da falta de caixa, o fundo informou, já em novembro do ano passado, que não pode mais dar garantias de investimento. Nos próximos anos, aplicará o pouco que derem. Deus sabe quanto. Ou nem Ele.

Sob crise, vigora a política humanitária do salve-se quem puder. É como se os países outrora ricos dissessem aos mais pobres: farinha pouca, meu pirão primeiro. Os imprudentes sociais tornaram-se lixo irreciclável.

- Ilustração via Miran Cartum.

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